Luiz Carlos Bresser-Pereira
Nota no FaceBook e no Twitter, 24.09.2020
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Está no Netflix um brilhante documentário americano fazendo a crítica das redes sociais digitais, O Dilema das Redes. O filme usa a melhor técnica cinematográfica para entrevistar pessoas inteligentes que ocuparam cargos elevados no Facebook, Google e outros.
O filme e seus entrevistados acusam as redes de acumularem informações sobre cada indivíduo para, em seguida, os manipularem. Mas com que intuito? Convencê-la s a comprar. Esse tipo de manipulação não é novo. A propaganda comercial existe para isso. Há a manipulação política, mas está não merece atenção do filme.
Há também a manipulação via envio maciço de WhatsApp, como aconteceu no Brasil, mas isso é crime eleitoral.
O documentário atribui às redes sociais o aumento de autoflagelação e suicídio entre adolescentes. Creio que tem razão. Mas esse não é caso de manipulação. Creio ser consequência do fato que essas redes ao invés de aumentar os relacionamentos reais entre as pessoas, os substituem. Ora, os relacionamentos reais são essenciais para o equilíbrio emocional e a felicidade. Mas o filme nada diz sobre isto.