OTHER TYPES OF WORKS

  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 01-2021
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania
  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform

O que fazer depois do TSE?

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota no Facebook, 11.6.2017

.


Depois do TSE, que manteve Temer na presidência da República não obstante seu envolvimento direto e pessoal na corrupção, o que fazer? Os movimentos sociais e o PT insistem no impeachment de Temer e pedem eleições diretas. O que faz sentido,

• porque Temer está desmoralizado, e não tem condições mínimas de presidir o país;

• porque eleições indiretas para substituí-lo agravarão a crise ao invés de solucioná-la, dada a ilegitimidade radical de quem for assim eleito;

• e porque Lula provavelmente se elegerá se houverem eleições diretas antecipadas.

Mas é isto o que a direita liberal financeiro-rentista e o PSDB menos desejam. Por isso, é pouco provável que empichem Temer. Preferirão mantê-lo, apesar da desmoralização que isto significa para eles e para todos nós, brasileiros.

O essencial, então, é que nos preparemos para as eleições de 2018. Para isto, porém, não basta continuar a fazer forte oposição ao governo e à reforma trabalhista. É também necessário que discutamos um projeto de governo que possa unir a nação em torno de Lula.

Lula é o mais extraordinário líder político que o Brasil já teve depois de Getúlio Vargas. E já mostrou que tem todas as condições de governar o país de maneira equilibrada, defendendo os pobres e os trabalhadores, sem, para isto, precisar agredir a alta classe média e os ricos. Lula, porém, não mostrou ser capaz de tirar o Brasil da semiestagnação econômica em que o país está metido desde 1990. Nesse ano começou a implantação de um regime de política econômica liberal que, ao abrir a economia, desmontou o mecanismo que neutralizava a doença holandesa, e implicou uma apreciação cambial de longo prazo, apenas interrompida por crises financeiras. Desde então a indústria brasileira passou a sofrer uma grande desvantagem competitiva, que levou o país à desindustrialização e à semiestagnação.

Lula não soube enfrentar esse problema, porque os economistas que o assessoravam na época também não sabiam defini-lo e encontrar uma solução para ele. Nem eles, nem nenhum outro. Uma tarefa fundamental dos economistas e, mais amplamente, dos intelectuais brasileiros é discutir essa questão, para a qual já existe uma resposta; é definir como o Brasil poderá voltar a crescer e a melhorar o padrão de vida da população. E discutir essa questão com a sociedade brasileira, porque as políticas necessárias envolverão custos no curto prazo.

Em 2018 não bastará ganhar as eleições; é preciso, em seguida, mostrar que sabemos governar o país melhor do que os liberais financeiro-rentistas, e não apenas porque defendemos mais justiça social, mas também porque sabemos administrar melhor a economia brasileira.